André Gilberto Boelter Ribeiro


Textos, Artigos Públicados, Reportagens citadas, Fotos, entre outros assuntos.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A ONIPRESENÇA DA INFORMÁTICA


A informática é a grande revolução dos últimos anos seja nas relações humanas, como nas profissionais e sociais. É possível estabelecer relações profissionais com outros agentes a longa distância, sem mesmo os conhecer. É possível fechar contratos, grandes negócios e demais ações apenas usando os aparatos que o mundo da informação dispõe aos seus usuários. Todos os consultores de gestão profissional concordam que o profissional deve-se estar atualizado e constantemente atualizando-se no campo que denominam de Tecnologia de Informação.
Com a crescente popularização dos meios de informática, é de se observar que esses meios também invadem todas as áreas, transformando muitos conceitos profissionais, como email, torpedo, msn, sms, etc. O que é novo passa a ser velho, o que é moderno torna-se ultrapassado em pouco tempo. A informática instigou uma “guerra” no mercado de trabalho pela sua capacidade de rápida comunicação.
A informática, além da comunicação entre os profissionais, clientes e fornecedores, possibilita a praticidade e a organização nos ambientes de trabalho, seja através de programas, seja através de simples pastas de armazenamento de dados. E para isso, o computador pessoal é apenas mais um aparelho, frente às inúmeras outras ferramentas existentes no mercado. Em pouco mais de uma década passou-se do disquete para o pendrive, que já ocupa seu lugar cativo entre qualquer usuário de produtos informatizados.
Diante desse contexto, é importante salientar que a tecnologia da informática está presente em todos lares brasileiros. Seja pela transmissão televisiva ou radiofônica, ou pela presença da internet, celulares, etc. Pode-se assegurar com toda exatidão que é impossível escapar da presença dos meios de informacionais. O que cabe a nós então? É dedicar um tempo de nosso dia para conhecer o funcionamento desses novos aparelhos, para que não sejamos atropelados pela nova geração.

RELIGIÃO E CULTURA




É comum vermos nas televisões que inúmeras igrejas investem pesado na conquista de novos fiéis. Homens, mulheres e crianças são levados a um patamar de fé e espiritualidades que muitas vezes modificam sua maneira de pensar. Ocorre que quando a cultura está eivada de rituais religiosos, o individuo deve fazer uma revisão e abrir mão de parte de suas raízes e assumir uma nova identidade. Como é possível viver esse novidade de vida?
O cristianismo, principalmente no meio evangélico, possuem doutrinas que para ter comunhão com o grupo, precisam ser seguidas e respeitadas. Um exemplo claro disso é a crença em santos. Para os evangélicos só existe um Santo: Cristo Jesus. Diferentemente, da cultura afro-descendente, que invoca inúmeras entidades para agirem no plano terrestre. Elas são culturas que é impossível, segundo a interpretação pentecostal dos preceitos bíblicos, fundirem-se.
Não é diferente, quando verificamos a presença de indígenas na religião evangélica. Muitos de seus hábitos precisam ser renunciados para estarem em conformidade com os preceitos da nova religião.
Também é interessante notarmos que nos dias atuais, verifica-se mais claramente uma nítida separação entre o mundo secular e o mundo religioso, pelo menos no discurso das religiões dominantes. Não obstante, haja discursos que afirmem que o cristianismo está no epicentro desta interpelação e desta pluralidade. Citando como exemplos a existência massificadora das midiatizadas e comerciais datas de natal e páscoa.
A religião parece assumir nova forma e nova conjuntura, menos homogenia e comprometida, onde cada indivíduo forma a sua religião, criando regras próprias e caminhos sem o comprometimento teocêntrico. Notamos, nesse limiar de século que há um trânsito dentro das próprias religiões, um jogo dual teocrático e de ateísmo. As pessoas são e não são de religião definida, e quando o são, isso acontece temporariamente. O mesmo se dá no âmbito estritamente cultural, não é uma cultura realmente definida, há uma miscelânea de aspectos culturais que acabam fundindo-se e criando uma cultura particular.
O que é importante ressaltar é até que ponto, podemos considerar a religião cultura? E como considerar a cultura parte da religião? Principalmente nas religiões teocêntricas tradicionais, onde não admite-se uma comunicação entre secular e sagrado.

domingo, 22 de novembro de 2009

EDUCAÇÃO FISCAL E SOCIEDADE


A educação fiscal normalmente é confundida com o ato de arrecadação de notas fiscais no comércio e consequentemente concorrer a prêmios no final de ano. No entanto, a educação fiscal chega a patamares superiores a essa estranha compreensão. Ela contribui para o exercício e a efetivação da cidadania, oportuniza que a sociedade assuma um compromisso com o todo e deve ser um assunto constante nas escolas, nas associações de moradores entre outros.
Perguntar em que consiste a educação fiscal parece ser um questionamento inútil frente a imensa gama de informações existentes na sociedade. Porém, há divergências nos seus objetivos, recaindo apenas no processo de recolhimento tributário. A Educação Fiscal, em um primeiro momento auxilia na consolidação da cidadania, pois permite que o indivíduo social compreenda a função social do tributo. Ela também promove a melhoria dos debates e questionamentos sobre a melhor aplicação dos recursos públicos. Possibilitando a discussão e avaliação da qualidade dos gastos e dos recursos públicos.
Muito se fala em sonegação de impostos e desvios de grandes montantes de dinheiro. No entanto, o montante significante de impostos está naquelas pequenas compras que não se pede nota fiscal. Exigir que ela acompanhe o produto adquirido é um direito do consumidor e evita que milhões de reais que seriam destinados a melhoria em sua localidade em obras públicas, fiquem em mãos de particulares. Não exigir que a legalidade fiscal seja cumprida ou omitir-se por ser o valor da compra muito pequeno é contribuir com a sonegação de impostos e ainda, oxigenar a prática de não sonegação. Essa consciência é desenvolvida quando estamos inseridos num processo comunitário de educação fiscal.
Não obstante o termo educação remeta-nos as classes escolares, a educação fiscal deve estar presente em diversas esferas da sociedade. A educação fiscal deve ser um compromisso de todos: escolas, entidades governamentais e não governamentais, igrejas, associações de moradores, etc. Considerando que a produção do conhecimento em um indivíduo só cessa com sua morte, podemos estender esse entendimento e afirmar que a educação (caminho para a aprendizagem) acompanha-o durante toda a vida e não somente no ensino tradicional.
Entender a educação fiscal como parte do processo de efetivação de cidadania é muito importante, principalmente nesse momento em que manchetes de jornais denunciam a corrupção entre parlamentares. Saber de onde vem o dinheiro público e para onde vai é tão importante quanto fiscalizar a sonegação de impostos.

sábado, 7 de novembro de 2009

Planejamento e Educação

O planejamento ao contrário do que todo mundo pensa é um instrumento que deve ser utilizado em todas as áreas do conhecimento e diariamente. O planejamento faz parte da rotina administrativa empresarial, das instituições bancárias, da vida pessoal e profissional e também das escolas. O ato de planejar é indispensável para um bom desempenho da escola e do processo educativo.
O Planejamento é a ação de estruturar metas e objetivos em determinados projetos. A ação de planejar deve estar acompanhada de processos previsíveis e de considerações do passado. O planejamento deve considerar o grupo a que se propõe trabalhar determinado projeto. As pessoas devem estar aptas a observar e a criticar o que será desenvolvido. Como diria certo pensador “é impossível enumerar todos tipos e níveis de planejamento necessários à atividade humana”.
O Planejamento deve estar presente em todas as etapas e esferas da educação. Sem planejamento não há crescimento e sucesso escolar. O planejamento pode ser: educacional quando se preocupa com os rumos da educação como um todo; curricular que aborda o processo de decisão sobre a dinâmica da ação escola, bem como da vida educacional do aluno; o escolar envolve o planejamento global da escola; e o Político-Social tem como preocupação fundamental responder as questões "para quê", "para quem" e também com "o quê".
Quando falamos em planejamento na área da educação, podemos afirmar que este termo transpassa todas as etapas educativas: na vida do educando, nas instâncias gestoras, na organização escolar, na organização curricular, em projetos isolados e no cotidiano do docente. Para isso, é preciso entender que o planejamento não é um mecanismo alheio a educação e que realizar tarefas considerando-o deve ser prática rotineira tanto na vida dos professores, como na vida dos alunos e inclusive na vida dos gestores municipais.

domingo, 25 de outubro de 2009

O JORNAL O ESPECIAL E A CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA LOCAL


A história das pessoas ditas “normais” fica muitas vezes esquecida e abafada pelos holofotes da mídia mercadológica pró “celebridades”. Nesse último caso, não se retrata pessoas normais pelas suas qualidades, mas somente pelas suas desgraças. A história do cotidiano local sempre foi substituída pela história oficial e hoje é trocada pela falsa identidade construída de pessoas que pouco tem a oferecer ao púbico, pelos escândalos governistas e pelos seus feitos insignificantes.
Destacar história local em seu território é deixar de lado esses falsos modelos de vida moderna e bem sucedida e adentrar na esfera do real e palpável. A história local não é moldada a quatro paredes e jogada ao povo, seguindo padrões estáticos de escritura textual. Pelo contrário, é pouco a pouco desenhada e alterada.
Abrir um espaço público de exposição de idéias (e nesse caso o jornal impresso local tem grande importância) sem qualquer censura ou limitação é possibilitar que a história se construa e se molde com a cara do povo. Assim, para construir a história local onde a população contribui e interfere é necessário um olhar do povo para o povo. É impossível colocar no papel a verossimilhança dos acontecimentos do cotidiano, enquanto aquele que se propõe a redigir não se despir das roupas mágicas da Super Âncora Global.
Nesse contexto, a proposta do jornal O Especial merece atenção porque não se propõem a fazer um jornalismo “lustrado” ou “mágico”, mas algo naturalmente do cotidiano. Isso causa certo estranhamento, frustrando certas pessoas, que esperavam algo mercadológico. Deixar de falar da marca da roupa da atriz internacional, para dar espaço aos personagens locais, com suas dores e suas cicatrizes é o que rege a verdadeira construção da história local. A condição de acadêmicos e aprendizes dos responsáveis contribui para que haja esse desligamento da “áurea global imaculada” pregada diariamente e para que se faça “o jornal que é a nossa cara”.
PUBLICADO NO JORNAL O ESPECIAL OUTUBRO DE 2009

domingo, 18 de outubro de 2009

ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL MARKUS DONATTI BRESSAN

Caros Pais e Responsáveis:

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Markus Donatti Bressan será implementada para o ano de 2010. Os padrões determinados no Projeto Político Pedagógico estão embasados em experiências sucedidas nas melhores escolas particulares em diversos locais do Estado do Rio Grande do Sul. Pois estamos cientes de que a qualidade da Educação é um ponto fundamental para uma sociedade melhor.
Na Escola Markus Donatti Bressan estarão para 2010 disponíveis aos educandos regularmente matriculados o seguinte:

ARTES – O contato com as artes desde os anos iniciais, permite que os alunos desenvolvam seu senso estético e estabeleçam noção das dimensões culturais. A arte possibilita que o educando construa seu conhecimento a partir dos diversos padrões textuais e reconheça as diversas artes existentes no mundo.
LÍNGUA INGLESA – O ensino de Língua Inglesa desde os anos iniciais insere o educando no universo globalizado e moderno. O estudo da língua estrangeira estimula a convivência com uma nova cultura, forma conceitos, auxilia na percepção visual, auditiva e oral, assim como propicia o convívio e a socialização das crianças.
INFORMÁTICA BÁSICA - Com o avanço tecnológico é importante que as crianças tenham acesso cada vez mais cedo aos meios digitais. Os alunos da EMEF Markus Donatti Bressan terão em seus conteúdos a iniciação à informática básica, o que os torna incluídos e os capacita digitalmente.
VÍDEOS INFANTIS PEDAGÓGICOS - O acervo de filmes educativos e infantis com mais de 100 unidades. Estando os mesmos disponíveis para retirada da Escola pelos educandos regularmente matriculados.
LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA - A Escola dispõe de materiais pedagógicos para o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático. O qual auxiliará o educando na identificação e no reconhecimento dos principais símbolos e instrumentos matemáticos.
PASSEIOS DE CONHECIMENTO – As crianças através de passeios esporádicos terão oportunidade de conhecer diversos lugares, que além de divertidos possuem um caráter educativo e propício para a aprendizagem.
OFICINAS DE RECICLAGEM – Almejando a educação de cidadão conscientes e atuantes, a escola oportuniza através de oficinas de reciclagem a inclusão dos educandos no patamar da conscientização ambiental. As oficinas utilizam metodologias e materiais que os educandos dos anos iniciais podem manusear e realizar suas criações para uso estético ou utilitário.
AGENDA SAÚDE LEGAL – Através deste projeto o educando da EMEF Markus Donatti Bressan terá um controle de sua situação de saúde com as anotações realizadas pela equipe da Sec. Mun. De Saúde. Além disso, terão oficinas e atividades promovidas pela nutricionista da SMECD.
EDUCAÇÃO FÍSICA – Os educando terão aulas em dias específicos com professor de nível superior em Educação Física, com a realização de atividade que estimulam o crescimento e o desenvolvimento. Ainda, terão oportunidade de estar em constante contato com outros profissionais dos diversos ramos da saúde.
TRANSPORTE – Os alunos da EMEF Markus Donatti Bressan terão a sua disposição transporte escolar. Sendo que o mesmo ficará disponível na escola durante o período de aula.
HORTA MIRIM - Com a construção de uma horta, será desenvolvida atividade de conservação e manutenção das plantas. Aplicando, então, essa prática aos conhecimentos teóricos de sala de aula.
LIVROS DIDÁTICOS – Os livros didáticos utilizados na escola são de qualidade e atualizados, assemelhando-se aos das escolas particulares. E não haverá custos para os educandos.
PROFESSORES – Os professores destinados a escola serão profissionais qualificados e habilitados para cada área com nível superior e a maioria com pós-graduação. Os professores de educação física e inglês serão profissionais graduados na área.

Contamos com sua visita na Escola para conhecer melhor nossa Proposta Política Pedagógica.

Matricule seu filho, pois a educação para futuro começa aqui!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A RELAÇÃO PROFESSOR ALUNO

A relação entre professores e alunos nunca foi pacifica como muitos querem, mas também nunca esteve em tão grave estado como está agora. A falta de entendimento entre eles é um problema atual e latente na escola moderna. Alunos agridem professores de fora grave sem um motivo aparente, causando desconforto entre a comunidade escolar. Os professores muitas vezes rebatem com a mesma intensidade. Gerando um caos institucional. Mas o que é preciso para enfrentar essa problemática?
Diuturnamente verifica-se nos noticiários dos telejornais que professores são agredidos por seus educandos no ambiente escolar. Se forem analisados, os motivos pelos quais esses fatos ocorrem, chega-se a conclusão que são fúteis ou insignificantes. Pois, aparentemente o menor gesto ou ação desencadeia um ato tão violento, que se não leva à morte causa uma lesão gravíssima. Na verdade esse fato é uma denuncia silenciosa que a sociedade está doente.
Um grande problema da violência entre professores e alunos recai sobre a certeza da baixa penalidade. O desconhecimento por parte dos professores deixa o caminho livre para a criminalidade infanto-juvenil, principalmente em ambiente escolar. As agressões verbais (que causam tortura psicológica) e físicas não são denunciadas por medo, pois os menores encontram respaldos muitas vezes em grupos criminosos, e o que e pior, nos próprios pais.
Não obstante essas circunstâncias, quando punidos, os jovens encontram no sistema dito “socio-educativo” falhas graves que quando não os deixam à solta, os preparam ainda mais para o mundo do crime. Assim, o docente para ter segurança necessita de uma reformulação profunda tanto das normas.
Ainda, para a melhoria das relações afetivas entre professores e alunos é preciso haver o ataque direto aos problemas sociais, uma vez que a raiz deste problema está nas conseqüências que a desigualdade social produz. Aparatos como cursos, oficinas, artes e esportes voltados à educação popular são apontados como meio de produzir uma consciência política e mobilização contra os males da desigualdade social. A não estagnação dos agentes sociais (Estado e Sociedade Civil) em prol desta parcela da população permite a educação de alunos menos violentos, tendo em vista que o ambiente que em vivem reproduzem em sala de aula.
Para amenizar a questão da relação afetiva entre professores e alunos no ambiente escolar não basta somente atacar com o rigor legal ou sua eficácia na execução. Não que isso não seja importante na situação atual, precisa-se reprimir ações agressivas e “recuperar” os infratores e atacar uma das principais causas destas infrações: “a desigualdade social”.

Artigo publicado no Jornal O Especial em 09 de outubro de 2009.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

COMPETENCIAS EDUCACIONAIS

A LDB estabelece as normas para a educação brasileira seja efetivada. Assim, segundo a referida lei, na organização do ensino, o Governo Federal, o Estadual e os Municípios têm incumbências especificas.

Sabemos que o acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo.

A União incumbir-se-á de: elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos Territórios; prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva; estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum; coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação; assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino; baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação; assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educaçã o superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino; autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior.

Os Estados incumbir-se-ão de: organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino; definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público; elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios; autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino; baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio.

Os Municípios incumbir-se-ão de: organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados; exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino; oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.

Desta forma podemos apresentar como exemplo de atividades para trabalhar séries iniciais:

- Princípio ético: trabalharíamos um texto em quadrinho que envolvesse questões de dever moral;

- Princípios políticos – trabalharíamos a confecção de títulos de eleitor e uma votação para o representante da turma;

- Princípio estético – trabalharíamos com as diferenças culturais existentes na sala de aula. Tais como, delimitar a religião, as festas que freqüentam, se sabem de onde as bisavós vieram, pedindo que façam representação pictórica das famílias.

Nas metas do PDE, a meta da Educação Infantil principal é os itens que definem a infra-estrutura para a construção e funcionamento de instituições de educação infantil. Isso se faz necessário, porque não é admissível que escolas desestruturadas funcionem sem controle.
Já para o ensino fundamental é preciso que ocorra a promoção da participação da comunidade na gestão das escolas, universalizando, em dois anos, a instituição dos conselhos escolares ou órgãos equivalentes.

Por isso, essas são mudanças que devem ser efetuadas e consideradas no saber pedagógico e no desenvolvimento de suas atividades. O desenvolvimento da educação brasileira só será efetiva quando os responsáveis governamentais, atuem em conjunto com a comunidade. Agir em separado não leva alugar nenhum. As atividades devem ser desenvolvidas considerando o contexto de cada um, visando sanar as deficiências locais. Então o comprometimento deve ser de todos, e estar paralelo com os direitos.

sábado, 29 de agosto de 2009

PRINCIPAIS TEORIAS/ABORDAGENS DA AQUISIÇAO DE LINGUAGEM

Comentário ao texto de Lélia Erbolato Melo

Nesse texto, propõe-se em demonstrar um histórico da psicolingüística nas suas principais teorias: behaviorismo, construtivismo, inatismo,
O behaviorismo está embasado em proposta empírica que afirma que a criança é uma tabula rasa e o conhecimento é impresso através do estímulo-resposta e da imitação. Está atrelada a visão a observação das ações, seu caráter é empirista e limitando-se ao que pode ser captado do mundo externo, pelos sentidos, ou do mundo subjetivo, pela introspecção.
Essa teoria zela pelo ato de reprodução de ações. O ambiente estimula e a criança oferece as respostas, seja pela compreensão ou pela própria produção lingüística. É um processo de gravar as respostas corretas e eliminar as incorretas.
O inatismo é o nome que se dá para a teoria de Chomsky, que consiste em dizer que a linguagem humana é inata, gerando a conclusão de que a linguagem é igual em todo o mundo, havendo diferenças superficiais. A aquisição só se dá se a criança está preparada para processar os dados desse tipo.
Com o construtivismo, Piaget afirma que a construção do conhecimento está no meio do racionalismo de Chomsky e do empirismo de Skinner. O conhecimento, para ele, é resultante de uma atividade estruturadora por parte do sujeito. O sujeito é um ser ativo que estabelece relação de troca com o meio-objeto.
O modelo funcional de Halliday compreende a língua como um processo de comunicação e não pode ser compreendida como um objeto independente, ele analisa a estrutura gramatical tendo como referência a situação comunicativa inteira: o propósito do ato de fala, seus participantes e seu contexto discursivo. Sua análise deve considerar o contexto em que está inserido o indivíduo.
O sistema lingüístico está intrinsecamente ligado ao sistema social, ao uso. Cada indivíduo faz parte de um grupo social e usa a língua em situações variadas para atingir diferentes objetivos. Assim, a intenção do falante deve ser considerada na análise do sistema.

Fato Social, Ideologia e Ética

Muito se tem pensando e comentado sobre o problema da ética na vivencia em sociedade. No entanto, não se tem discutido e nem proposto quais as vertentes que influenciam a própria existência da ética. Apenas verificar se entre eles há alguma semelhança de suas características.
Lançando um olhar sociológico, o fato social, segundo a análise de Durkhein, é um acontecimento externo ao indivíduo, que o influencia diretamente, agindo de modo a aderirem aos seus valores pela coerção, que em certos casos é imperceptível, e ainda, é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter.
Podemos identificar a ideologia como sendo um elemento capaz de interferir como uma força acareadora com outras forças, em determinada concepção social em certa conjuntura social e histórica. Cada formação ideológica fundamenta um conjunto complexo de atitudes e de representações que não são nem “individuais” nem “universais”, mas se relacionam quase que diretamente à posições de classe em conflito umas em relações a outras. Ela é portanto, possuidora das características do fato social. Tal como ele, ela é coerciva, aplicável ao grande grupo, tendenciosamente argumentativa (mascarando-se no bem comum), passível de uma sanção, apresentando uma existência própria e existente independentemente de manifestação individual.
Por fim, a ética está vinculada a conduta humana, onde seus argumentos estão pautados numa atitude de profundo e permanente respeito ao ser humano e o compromisso de contribuir para o seu aperfeiçoamento e valorização. Embora essa seja uma ideia difundida entre muitos segmentos, é possível verificar as mesmas características da ideologia e consequentemente do fato social na construção da ética.
Essa interrelação entre o fato social, a ideologia e a ética não significam que a ética tenha um caráter negativo, ou então, que se pretenda defender a ideologia em seu sentido coercivo. O que se pretende é demonstrar que existem neles muitas semelhanças e é o homem quem vai decidir a utilidade de seu uso.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A PESQUISA EM AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM: TEORIA E PRÁTICA

Comentário ao texto de Alessandra Del Ré

No século XX que os estudos da linguagem infantil e da lingüística andam misturados. É com Sausurre e Bloonfiel que há uma analise cientifica sobre a lingüística de forma teorizada. Com Chomsky (anos 50) inauguram-se novos olhares para a lingüística, principalmente com a formação da Gramática Gerativa Transformista. Então, novas “ciências ” tratam de estudos lingüísticos, e a psicolingüística é uma.
A psicologia influencia os estudos lingüísticos de tal forma que formulam-se teorias sobre a experimentação humana, através dos atos ligados a aprendizagem, principalmente nos processos de aquisição da linguagem.
A aquisição da linguagem pode ser explicada por diversas teorias, dentre elas o empirismo, o racionalismo e o interacionismo social.
No empirismo, o behaviorismo e o conexionismo pregam que as experiências humanas são fatos que fundamentam o processo de aquisição. Os processos ocorrem de forma interna e não relacionam-se com o social. Skinner diz que a linguagem pode ter um reforço positivo, um reforço negativo, ou nenhum tipo de reforço.
Pelo racionalismo prega-se que o indivíduo nasce com aptidões inatas e que o pensamento é que realiza o processo de aquisição da linguagem, herdada geneticamente. O cognitivismo liga a linguagem a cognição, a aquisição e o desenvolvimento da linguagem são processos derivados do desenvolvimento do raciocínio.
No interacionaismo social a aprendizagem ocorre com o contato da criança com o meio, então, ela se desenvolverá segundo o que o meio lha proporciona. Através de ações mediadoras, segundo trocas comunicativas entre os seres do grupo social.
No processo de comunicação, a criança e o interlocutor se tornam sujeitos do diálogo, a segmentação da ação e dos objetos do mundo físico, e a criança também opera sobre a sua construção lingüística.
A questão de língua, linguagem e discurso parece ser uma questão especial no tratamento da aquisição da linguagem. A linguagem é a capacidade humana de se comunicar por meio de um sistema de sinais vocais (língua)que exerce uma função simbólica. E o discurso é a utilização da linguagem através da língua assumida pelo falante, constituída de seqüências lógicas. O discurso pode vir “recheado” de intenções e ideologias.
O que se pode dizer do processo de aquisição de linguagem infantil é que está inserido num complexo mundo de possibilidades. As correntes como o próprio texto diz não constitui em nível de qualidade, mas de contextos e teóricos, sendo o “ponto de vista que determina o objeto”.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Escolas Rurais: ensino contextualizado

Os municípios de nossa região são eminentemente rurais e por isso, em tese, precisariam de uma educação contextualizada, voltada às práticas agroecológicas e que capacite aos seus habitantes para trabalharem em suas propriedades de forma sustentável, desde os primeiros anos de ensino institucional. No entanto, o que há, é uma tentativa fragmentada de intertextualização de conteúdos e não uma formação voltada para a realidade social. E nesse sentido, surge, fortemente, a educação do campo.
A educação do campo permite que seus agentes participem ativa e democraticamente na constituição da sociedade em que vivem, apropriando-se do conhecimento e utilizando-o na propriedade da família paralelamente ao seu estudo. Isso permite-as uma nova visão da educação contextualizada. Produzindo de forma técnica, aumentando a qualidade de vida dos envolvidos com o desenvolvimento das práticas de educação.
Para que haja sucesso na educação do campo é necessário que a escola não esteja sozinha nesse caminho. Ele precisa da companhia de outros agentes, tais como a Secretaria Municipal de Agricultura, os STRs, as instituições privadas e públicas, bem como as associações.
A escola que desenvolve educação do campo, quando agregada suas em parceria com os demais atores da vida rural, consegue atingir seus objetivos de formar cidadãos ativos em sua localidade e não em formar mão de obra para fábricas e centros urbanos.
Diante disso, é que surgem novas propostas de transformação dessa realidade, que é a discussão sistemática através de fóruns regionais, estabelecendo metas e ações que viabilizem a educação do campo para o desenvolvimento sustentável.
Artigo Publicado no Jornal O Especial em 14 de agosto de 2009, p. 14.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Escolas Rurais: ensino contextualizado

Os municípios de nossa região são eminentemente rurais e por isso, em tese, precisariam de uma educação contextualizada, voltada às práticas agroecológicas e que capacite aos seus habitantes para trabalharem em suas propriedades de forma sustentável, desde os primeiros anos de ensino institucional. No entanto, o que há, é uma tentativa fragmentada de intertextualização de conteúdos e não uma formação voltada para a realidade social. E nesse sentido, surge, fortemente, a educação do campo.
A educação do campo permite que seus agentes participem ativa e democraticamente na constituição da sociedade em que vivem, apropriando-se do conhecimento e utilizando-o na propriedade da família paralelamente ao seu estudo. Isso permite-as uma nova visão da educação contextualizada. Produzindo de forma técnica, aumentando a qualidade de vida dos envolvidos com o desenvolvimento das práticas de educação.
Para que haja sucesso na educação do campo é necessário que a escola não esteja sozinha nesse caminho. Ele precisa da companhia de outros agentes, tais como a Secretaria Municipal de Agricultura, os STRs, as instituições privadas e públicas, bem como as associações.
A escola que desenvolve educação do campo, quando agregada suas em parceria com os demais atores da vida rural, consegue atingir seus objetivos de formar cidadãos ativos em sua localidade e não em formar mão de obra para fábricas e centros urbanos.
Diante disso, é que surgem novas propostas de transformação dessa realidade, que é a discussão sistemática através de fóruns regionais, estabelecendo metas e ações que viabilizem a educação do campo para o desenvolvimento sustentável.

sábado, 1 de agosto de 2009

PROJETO JOVEM CIDADÃO

1. INTRODUÇÃO

O Projeto Jovem Cidadão é um programa que pretende dar suporte a formação de Jovens Tutores que colaborarão na promoção da cidadania, e qualificação do indivíduo para o exercício da cidadania e de organização comunitária.

Este projeto é visa melhorar a qualidade de vida dos indivíduos em idade escolar através de uma formação extra de um grupo de indivíduos, os quais posteriormente atuarão na dissimulação com seus colegas.

Este projeto será trabalhado de forma intersetorial e por isso, necessitará do apoio de outras secretarias e entidades municipais. Onde através de oficinas, palestras e estudos, alguns jovens irão receber informações, com as quais irão articular juntamente com um responsável, ações voltadas ao desenvolvimento da cidadania e principalmente a tomada de consciência de que ela existe e deve ser apropriada por todos.

O período estabelecido para este projeto será de 8 meses, onde haverão atividades de formação/teóricas e atividades práticas de cidadania. No momento formativo os educandos receberão informações sobre cidadania, direito e práticas sociais. Já no momento de práticas de cidadania, os formadores passarão tais conhecimentos adquiridos para os demais educandos.



2. OBJETIVOS


2.1 OBJETIVO GERAL:

- Instrumentalizam jovens promotores da cidadania para atuarem nas escolas como tutores de ações de cidadania tais como oficinas, cursos, etc.


2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Oportunizar o estudo e debate sobre cidadania a determinado grupo de jovens;
- Articular ações visando a educação cidadã;
- Promover o desenvolvimento da consciência cidadã;
- Debater pontos sobre educação e cidadania.


3. JUSTIFICATICA

A educação para a cidadania pretende fazer de cada pessoa um agente de transformação. A educação escolar além de ensinar o conhecimento científico, deve assumir a incumbência de preparar as pessoas para a cidadania. Cidadania diz respeito ao cidadão, ou seja, habitante da cidade, o mesmo que polis, na Grécia antiga.

A cidadania, definida pelos princípios da democracia, se constitui na criação de espaços sociais de luta (movimentos sociais) e na definição de instituições permanentes para a expressão política (partidos, órgãos públicos), significando necessariamente conquista e consolidação social e política.
Porém, é importante a concepção da cidadania como um processo político, social e histórico, que se constrói a partir de ambas as dimensões, individual e coletiva.

A formação cidadã deveria ser uma das preocupações primordiais da escola. Gadotti (2001) define cidadania como a consciência de direitos e deveres da democracia e defende uma escola cidadã como a realização de uma escola pública e popular, cada vez mais comprometida com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Para isso, a escola deve propiciar um ensino de qualidade, buscando a formação de cidadãos livres, conscientes, democráticos e participativos.

A educação para a cidadania deve visar à promoção do desenvolvimento comunitário, criando condições para a autonomia social da comunidade; o aprimoramento e intensificação do diálogo de lideranças comunitárias e sociais com o poder público; a criação de condições favoráveis à formulação de ações afirmativas, por parte da sociedade civil, que possam se refletir em sua participação efetiva na superação de situações que determinam a exclusão social e na busca de alternativas de desenvolvimento sustentável da melhoria de qualidade de vida.

Participação é um dos cinco princípios da democracia. Segundo o sociólogo Herbert de Souza (2005) sem ela, não é possível transformar em realidade, em parte da história humana, nenhum dos outros princípios: igualdade, liberdade, diversidade e solidariedade. Nesse sentido, a participação não pode ser uma possibilidade aberta apenas a alguns privilegiados. Ela deve ser uma oportunidade efetiva, acessível a todas as pessoas. Além disto, é preciso que ela assuma formas diversas participação na vida da família, da rua, do bairro, da cidade, na escola e no próprio país. Participação é, ainda, um direito estendido a todos sem critérios de gênero, idade, cor, credo ou condição social.

A escola é uma agência de socialização, intermediando o processo entre a família e a sociedade. É uma etapa de transição para entrar na sociedade. Portanto, não será grande novidade dizer que a escola tem um papel de extraordinária importância no desenvolvimento da cidadania. Cobre um intervalo de idade decisivo no desenvolvimento de um ser humano. As escolas são espaços sociais próprios de referência e sociabilidade para juventude na cidade.

Assim, é preciso ter em mente que se ensina pelo exemplo, não pelo sermão; aprende-se participando, sendo ator mais do que espectador; deve-se ter contato com o real para a cidadania estar em pleno desenvolvimento; conferências e narrativas sobre situações individuais vividas; e trabalho comunitário.

Este projeto nasce da idéia de que ninguém se educa sozinho, de que as pessoas se educam entre si, mediatizadas pelo mundo. Não busca ensinar coisas e transmitir conteúdos, e sim que o sujeito aprenda a aprender. Fazer esta opção educativa pressupõe estabelecer uma comunicação certamente mais dialógica e mais democrática.

Somente há esse diálogo quando se estabelece relações horizontalizadas e se cria condições para que os envolvidos exercitem a autonomia, a participação ativa e a autogestão coletiva.

Portanto, mudanças positivas na dimensão educativa dependem muito da qualidade dos processos comunicativos no interior da instituição escolar e dela com a sua vizinhança. A nossa proposta não se resume a um processo formativo com alunos, mas de formá-los para que os mesmos semeiem tais idéias.

Não objetivamos transformar o nosso cotidiano em uma maravilha dentro de pouco tempo, sabemos que isso depende de uma longa caminhada. Mas isso não nos proíbe de sonharmos em sermos semeadores de cidadania.



4. METODOLOGIA

1. Elaboração do projeto, estabelecendo linhas básicas;
2. Contatos com os profissionais formadores;
3. Seleção de Jovens em idade escolar para a formação;
4. Reuniões periódicas com os jovens formadores;
5. Execução de ações em prol da cidadania através de duas oficinas mensais nas escolas do município em horário especial. Pois cada aula de preparação gera uma oficina.
6. Os horários para realização das oficinas serão os intervalos, ocupando no máximo 15 minutos dos períodos antecedentes e seguintes.




5. CRONOGRAMA

EVENTO
HORAS
Oficinas formadora /Cidadania
16 hs
Atividades abertas
20 hs
Oficinas abertas
20hs
Ações práticas
10 hs
Atividades interdisciplinares
60 hs
Ativ. Encer. com Palestra Promotor/ Defensor Público
4 hs
TOTAL DE HORAS
110 hs

As atividades acontecerão de Julho a Dezembro, com exceção da atividade de encerramento com Palestra final que acontecerá no mês de Dezembro.


6 TEMÁTICAS E REALIZADORES DAS CAPACITAÇÕES

- Conceito de Cidadania (Abordagens com equipe da SMECD)

- Cidadania e Sociedade (Vereador, Brigada Militar)

- Cidadania e Meio Ambiente (Agrônomo e Gestor Ambiental)

- Cidadania e Responsabilidade Social e Fiscal (Assistente Social e Agente Fiscal)

- Cidadania e Saúde (Equipe de saúde – médico, enfermeiras, dentista, fisioterapeutas, etc)

- Cidadania e Acesso ao Direito (advogado, outros)

- Cidadania e Atividades Rurais (Presidente do STR, voluntário)















7. VALOR DO PROJETO *

Objeto
Camisetas
Material de divulgação – Folder, cartazes, etc
Material didático
Palestras Profissionais
Lanches
Lanche produzido pela própria escola onde será realizada a oficina
Pastas e canetas
Transportes
Educ. em sala de aula
Prof. Escolas, SMECD


* Esta estimativa não tem cunho orçamentário, mas delimitador de valores para fins científicos.

¹ O valor das palestras foram avaliados de forma geral, podendo elas estarem além ou aquém do estabelecido. Cabe ressaltar que os palestrantes desempenharam um papel voluntário, não sendo possível exigir qualquer remuneração da entidade executora. (ver termo de voluntários).

8. RECURSOS HUMANOS UTILIZADOS

Advogado
Agentes de Fiscalização
Agrônomo e ambientalistas
Alunos
Apoiador pedagógico
Assistente Social
Brigada Milita
Conselheiros Tutelares
Equipe de saúde
Professores
Secretário Municipal de Educação


9. REFERÊNCIAS

CHAUÍ, M. Cultura e democracia. São Paulo: Cortez, 1989.

DAYRELL, Juarez (org). Múltiplos olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996.

FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1987.

FREINET, Celestin. Pedagogia do Bom Senso. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

PUIG, Josep. Democracia e Participação escolar. São Paulo: Moderna, 2000.

CORREA, Darcisio. A Construção da Cidadania. Ed. Unijuí, 2001.

EIXO I - Papel do Estado na Garantia do Direito à Educação de Qualidade: Organização e Regulação da Educação Nacional

Sob o pressuposto de que cabe ao Estado a garantia do direito à educação de qualidade, estabelecido na Constituição Brasileira de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/1996) e no Plano Nacional de Educação (PNE 2001-2010), considerado direito social e com estatuto de direito consignado na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, cabe verificar, historicamente, como tem sido a postura do Estado brasileiro no cumprimento de seu dever.
A Educação brasileira não tem um índice de excelência porque possui um histórico de ausência de políticas sociais mais efetivas, assumem formas cada vez mais perversas de exclusão social.
Os índices de escolaridade denunciam a verdadeira cara da educação brasileira. E que isso não é um problema gerado nos últimos anos, mas sim é uma questão que envolve séculos de exclusão e de poucos investimentos. Isso nunca viabilizou o sistema nacional de educação e escancara a fragilidade do sistema educacional brasileiro.
A Educação (e nesse sentido, fala-se em educação de qualidade) é vista como um direito inalienável e universal, cabendo ao Estado proporcionar sua execução.
Não há um Sistema Nacional de Educação e por isso pode-se dizer que o País não vem cumprindo integralmente o que estabelece a Constituição Federal de 1988, que determina, em seu artigo 22, que compete privativamente à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional.
Apesar de o Brasil ter meios ele ainda não conseguiu viabilizar o Sistema Nacional da Educação,e portanto, não cumpre com o estabelecido com o estabelecido pelo art. 23 , inciso IV da CF que garante o acesso à cultura, à educação e à ciência. A EC 23/2006 estabelece competências comuns aos entes administrativos, dizendo que “leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional”. No entanto, faltam-lhe normas que disciplinem a colaboração entre os entes federados. O que é fundamental para a garantia de uma educação de qualidade.
A construção de um Sistema Nacional de Educação, articulando os sistemas municipais, estaduais, distrital e federal de ensino, deve considerar as metas do Plano Nacional de Educação (Lei 10.172/2001) e os princípios explícitos no artigo 206 da Constituição Federal.
Princípios norteadores da educação de qualidade:
I. Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II. Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III. Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV. Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V. valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade;
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal.
O SNE tem como objetivo garantir as diretrizes educacionais comuns a serem implementadas em todo o território nacional, tendo como perspectiva a superação das desigualdades regionais.

Objetiva-se o desenvolvimento de políticas públicas educacionais nacionais universalizáveis, por meio da regulamentação das atribuições específicas de cada ente federado no regime de colaboração e da educação privada pelos órgãos de Estado. O Sistema Nacional de Educação assume, assim, o papel de articulador, normatizador, coordenador e, sempre que necessário, financiador dos sistemas de ensino (federal, estadual/DF e municipal), garantindo finalidades, diretrizes e estratégias educacionais comuns, mas mantendo as especificidades próprias de cada um.

A distribuição de competências permite um primeiro avanço na articulação do sistema educacional brasileiro.
Para entender a Educação de Qualidade é preciso entender o termo Universalidade. Ou seja, o que é universal.
A transferência de recursos dos entes entre si, a assistência técnica, o esforço integrado e colaborativo. E consolidar o SNE significa a garantia:

Dos recursos públicos direcionados à superação do atraso educacional e ao pagamento da dívida social e educacional do Estado para com a nação; da manutenção e desenvolvimento da educação escolar em todos os níveis e modalidades, em todos os sistemas de educação, com exclusividade para as instituições públicas; da universalização da educação básica (em suas etapas e modalidades); de ampliação da oferta e melhoria da qualidade de cursos profissionalizantes; da democratização do acesso e da permanência na educação superior, ampliando as redes de instituições educacionais públicas, com recursos humanos devidamente qualificados e número de vagas necessárias; de fortalecimento do caráter público, gratuito e de qualidade da educação brasileira, em todos os órgãos dos sistemas de educação; de implementação da gestão democrática nos sistemas de educação e nas instituições educativas; de reconhecimento e respeito à diversidade, de valorização dos profissionais da educação (professores, técnicos, funcionários administrativos e de apoio) em sua formação inicial e continuada, carreira, salário e condições de trabalho.

Falando em regime de colaboração cabe-se destacar que é necessário o aprofundamento de algumas ações. (são 11 e encontram-se na página 16), que se resumem na ampliação da participação da comunidade escolar e externa, aumentar a autonomia dos entes escolares e a aplicação de recursos na educação. O que se constitui em novas bases de organização e gestão dos sistemas de ensino.
Parece que quer-se criar um ponto legal vinculativo para os próximos governos em aplicar mais recursos na educação.
As ações das organizações escolares com entes privados ou externos é uma forma de fortalecer a educação básica e superior.
Com a implantação do Sistema Nacional de Educação, desenvolvido sob o regime de colaboração, levanta-se uma questão: como manter o mesmo nível de qualidade nas diversas instituições educativas públicas, sejam elas federais, estaduais, do DF ou municipais?
Para que se discuta o PNE, os planos estaduais e municipais devem estar já prontos (elaborados e implementados ).
Considerar a Educação quanto a sua função social é extrapolar os limites escolares, e colocá-la num patamar de direito vitalício e uma prática constante, onde o processo de ensino-aprendizagem e de formação do cidadão dura a vida inteira. A escola não é o único lugar que se fará educação.
Como direito social, avulta, de um lado, a defesa da educação pública, gratuita, laica, democrática, inclusiva e de qualidade social para todos e, de outro, a universalização do acesso, a ampliação da jornada escolar e a garantia da permanência bem-sucedida para crianças, adolescentes, jovens e adultos, em todas as etapas e modalidades. Esse direito se realiza no contexto desafiador de superação das desigualdades e do reconhecimento e respeito à diversidade.
A ética na educação atual deve tratar da inclusão e redução da opressão e das desigualdades.
A qualidade tem a ver com investimento, e este significa: financiamento; inclusão social; reconhecimento e valorização à diversidade; gestão democrática e formação e valorização dos profissionais da educação, dentre outros. Só depois da reflexão, análise e debate destes assuntos é que o sistema nacional de educação poderá se consolidado. Deve conter nele meios que busquem atender a tais demandas.
A CF e a LDB autorizam as instituições privadas fazerem uso da educação como instrumento lucrativo, todavia devem atender a requisitos mínimos de qualidade, subordinam-se ao conjunto de normas gerais de educação. Na realidade brasileira, o patamar ideal de educação é geralmente atingidos pelas escolas privadas já que lá é que se encontram maiores investimentos.
O sistema nacional articulado de educação deve prover:
a) A necessária ampliação da educação obrigatória como direito do indivíduo e dever do
Estado.
b) A definição e a garantia de padrões mínimos de qualidade, incluindo a igualdade de condições para acesso e permanência na escola.
c) A definição e efetivação de diretrizes nacionais para os níveis, etapas, ciclos e modalidades de educação ou ensino.
d) A implementação de sistema nacional de avaliação da educação básica e superior voltado para subsidiar o processo de gestão educativa e para garantir a melhoria da aprendizagem e dos processos formativos.
e) A existência de programas suplementares e de apoio pedagógico, de acordo com as especificidades de cada nível, etapa e modalidade de educação.
f) A garantia de instalações gerais adequadas aos padrões mínimos de qualidade, definidos pelo sistema nacional de educação, em consonância com a avaliação positiva dos usuários.
g) Ambiente adequado à realização de atividades de ensino, pesquisa, extensão, lazer e recreação, práticas desportivas e culturais, reuniões com a comunidade .
h) Equipamentos em quantidade, qualidade e condições de uso adequadas às atividades educativas.
i) Biblioteca com espaço físico apropriado para leitura, consulta ao acervo, estudo individual e/ou em grupo, pesquisa online; acervo com quantidade e qualidade para atender o trabalho pedagógico e o número de alunos existentes na escola.
j) Laboratórios de ensino, informática, brinquedoteca, em condições adequadas de uso.
k) Serviços de apoio e orientação aos estudantes.
l) Condições de acessibilidade e atendimento para pessoas com deficiência.
m) Ambiente institucional dotado de condições de segurança para estudantes, professores, funcionários, pais e comunidade em geral.
n) Programas que contribuam para uma cultura de paz, combate ao trabalho infantil, ao racismo e ao sexismo e a outras formas correlatas de discriminação na instituição de educação básica e superior.
o) Definição de custo aluno/ano adequado e que assegure condições de oferta de educação de qualidade, considerando as especificidades da educação básica, incluindo todas as etapas e modalidades de educação.
p) Projeto pedagógico (educação básica) e Plano de Desenvolvimento Institucional (educação superior) construídos coletivamente e que contemplem os fins sociais e pedagógicos da instituição, a atuação e autonomia escolar, as atividades pedagógicas e curriculares, os tempos e espaços de formação, a pesquisa e a extensão.
q) Disponibilidade de docentes para todas as atividades curriculares e de formação, incluindo a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão na educação superior.
r) Definição de diretrizes curriculares relevantes nos diferentes níveis, etapas e modalidades.
s) Processos avaliativos voltados para a identificação, monitoramento e solução dos problemas de aprendizagem e para o desenvolvimento da instituição educativa.
t) Tecnologias educacionais e recursos pedagógicos apropriados ao processo de aprendizagem.
u) Planejamento e gestão coletiva do trabalho pedagógico.
v) Jornada escolar ampliada e integrada, visando à garantia de espaços e tempos apropriados às atividades educativas.
w) Mecanismos de participação dos diferentes segmentos na instituição educativa.
x) Valoração adequada, por parte dos usuários, dos serviços prestados pela instituição.
y) Intercâmbio científico e tecnológico, nacional e internacional, entre as instituições de ensino, pesquisa e extensão.
z) Condições institucionais que permitam o debate e a promoção da diversidade étnico-racial e de gênero, através de políticas de formação, e de infraestrutura específicas para este fim
Considera-se então que a chave da educação de qualidade está na seguinte assertiva:

Para a existência do Sistema Nacional de Educação, é fundamental que os órgãos legislativos (Câmara e Senado) e Executivo (MEC) estabeleçam políticas educacionais, traduzidas em diretrizes e estratégias nacionais, planos nacionais, programas e projetos, coordenando e apoiando técnica e financeiramente, de forma suplementar, as ações dos diversos sistemas de ensino, visando a alcançar os objetivos da educação nacional, auxiliado por um órgão normatizador de Estado (CNE) que garanta a unidade na diferença.

Um sistema que articule a educação nacional para prover essas condições de ensino deve ser base para a constituição do PNE. Este Plano deve expressar, pois, o conteúdo de seu sistema e organizar a sua dinâmica. A lei nº 10.172/2001 criou o PNE como plano de Estado, porém não o vinculou explicitamente a um Sistema Nacional de Educação.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Homens e Mulheres: um novo olhar.

Lendo esse texto, percebi que algumas ideias merecem ser ressaltadas. O que perece ser a inversão de lugares, nada mais é que o desmascaramento de um fato social decadente: a mulher deixa de ser coadjuvante social.
Acredito que as duas teorias expostas denunciam que o homem sempre ligou, o que acontecia é que as mulheres ficavam tão ansiosas que não viam isso, e de olho no relógio não viam o tempo passar. O homem sempre ligou e sempre vai ligar, da mesma forma que a mulher sempre esperou e sempre vai esperar. Ou quando um homem entrega seu número telefônico a uma mulher, não fica ansioso para que ela retorne.
Já para a outra teoria, o homem era o caminho mais certo para as mulheres. Hoje não, elas dispõem da carreira, das atividades sociais, da academia e da liberdade moral de experimentar vários homens sem serem chamadas de p..., e por isso, não querem criar vínculos. A constituição familiar ou amorosa não ocupa mais lugar de destaque.
Não acredito que as mulheres, “ao longo dos anos, vêm se tornando homens”, mas que ao longo dos anos as mulheres e os homens podem ocupar espaços iguais.
Achei hilário quando colocastes que os homens estão virando mulheres. O fato deles ligarem no dia seguinte e insistirem pode ser um mecanismo de defesa, mas antes é um mecanismo de auto afirmação do gênero masculino e não do homem individual. O homem está sentido que o lugar de excelência na vida feminina, não é mais seu!
É por isso, que o próprio homem dessa nova geração se permitiu a usar mousse, fazer limpeza de pele, usar cachecol e trocar a cerveja pelas bebidas coloridas pegando fogo.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

POR UM NÍVEL METAPLÍCITO NA CONSTRUÇÃO DO SENTIDO TEXTUAL

Comentários ao texto de José Marcelino Poersch.

O texto operacionaliza questões sobre um modelo de semântica e o processamento de informação, análise dos níveis de construção do sentido, compreensão e liturabilidade associada á eficiência comunicativa, relações de coerência implícita e explícita entre proposições, o texto de relacionar proposições.
A memória semântica deve ser entendida como a forma individual de estocagem do significa de um texto. Sua estrutura é uma rede de inter-relações potenciais que podem ser geradas com base em informações implícitas e de acordo com certas regras. O falante constrói o significado pela ligação entre as proposições, quando não há uma conexão ele cria outros meios que liguem e estruturem o seu pensamento.
Os níveis de construção do sentido podem ser vistos de duas formas: abrangência textual e profundidade de compreensão: o primeiro determina que a compreensão pode ser lexical, frasal e textual, já o segundo que a construção do conteúdo pode ser explicito, implícito e metaplícito.
Na construção do conteúdo metaplícito é possível que só pode ser construído pelo leitor que tem conhecimento do contexto, varia de leitor para leitor, e que, o sentido metaplicito corresponde á maneira como o texto deve ser efetivamente lido. O texto é propositadamente escrito para que o leitor tenha o conhecimento determinado pelo escritor. É pelos dados extra-textuais que se conhece os verdadeiros sentidos do texto.
Na compreensão é a relação de comunicabilidade entre o leitor e o escritor. A leiturabilidade se relaciona com o tempo e depende não do esforço mas do mínimo de tempo que se leva para captar o significado.
O leitor entende o texto se o ler por partes, e isso ocorre quando ele faz a conexão entre essas partes, como se fosse uma espécie de buffer.
Nesse sentido é possível afirmar que a leitura é um ato de conduz a construção de sentido e a percepção de signos, aproximando-se ao máximo daquilo que o autor quis demonstra-la ao escrever. É por esse motivo que acredia-se que não haverá interpretações idênticas tendo em vista que o conhecimento dos leitores e as impressões de experiências que ele utiliza para interpretar as proposições nunca serão idênticas.
O processo de compreensão é uma síntese daquilo que o leitor conhece da carga lingüística do leitor e da organização do texto.

sábado, 11 de julho de 2009

O ato de escrever

O Ato de escrever compreende inúmeros fatores. Ele é precedido de comportamento de leitor de outros textos, ele envolve um conhecimento de mundo e sociedade, e se aperfeiçoa com a sua prática cotidiana. Por isso, é preciso estabelecer que a escrita é uma forma que envolve outras formas além de sua essência.
O indivíduo que quer ter uma escrita consideravelmente boa deve se ater a leitura de outros textos. Quando se lê, se adquire conhecimento necessário para desenvolver o seu próprio texto, tendo argumentos e contra argumentos para defender ou debater determinados assuntos.
De outro modo, quem pretende escrever, deve ter um conhecimento do contexto que envolve o assunto que se propõem a relatar. Conhecer o mundo e a sociedade, suas relações dinâmicas é oportunamente eficaz para argumentar de dado assunto.
Por fim, o ato de escrever é como um atleta em busca de seu melhor índice. Não se consegue escrever bem sem que a sua prática seja parte integrante do dia a dia do indivíduo. A prática da escrita não se transforma em arte pura e simplesmente pela sua ação, ela vem acompanhada de leituras e análises críticas de seus próprios textos, com o intuito de melhorar.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

SEIS PERSONAGENS À PROCURA DE UM AUTOR E SLOW MAN

Nesse texto buscar-se-á fazer uma relação entre a obra literária Seis personagens à procura de um autor de Luigi Pirandello e da obra Slow Man de J. M. Coetzee.

Na primeira obra o autor faz um contraponto entre o eu social e o eu autêntico, considerando que o ser humano é aprisionado a um impasse trágico, afirmando que é impossível fazer a peça do "teatro no teatro", porque é impossível viver autenticamente a vida: uma vez que se entra – voluntariamente ou não – no jogo da ficção, não é mais possível encontrar qualquer realidade.

Nessa obra verifica-se a seguinte questão: seis personagens que invadem o ensaio de uma outra peça de Pirandello e insistem em representar suas vidas legítimas, propondo ao Diretor do teatro que assuma o papel de autor. Ficando a questão: qual o papel do autor procurado pelas personagens? A entrada dos seis personagens (Pai, Mãe, Enteada, Filho, Menina e Rapazinho) provoca um grande estranhamento no Diretor, que, no momento, estava no meio de um ensaio.

Essa obra é uma das mais complexas de Pirandello, na sua abordagem, trata do drama dos personagens angustiosamente em busca de sua definição, a criação de uma obra pelos profissionais do teatro e as alterações que ela pode sofrer.

Bernardini (2004, p. 13) destaca em prefácio a tradução de Sérgio Flaksman que a obra Seis personagens à procura de um autor que para “Pirandello – que, além do gosto de descrever essas histórias, sentem uma profunda necessidade espiritual de fazer com que elas se “embebam” de um particular sentido da existência e adquiram, por isso mesmo, um valor universal.”

Os personagens estão aí (com ou na sua imagem) e Pirandello não encontra neles (na história deles) um sentido que lhes dê valor. Coloca-os então de lado, que não aflijam o leitor. Mas os personagens (criaturas mentais) afligem o autor: inserem-se entre suas idéias, ocupam seu tempo e sua imaginação, querem realizar-se artisticamente, querem representar sua história (seu drama) no lugar mais apropriado para um drama: no palco. Muito bem, diz o autor, eles que se arranjem. (BERNARDINI, 2004, p. 15).

Para a obra de Pirandello só é possível de viver no mundo imaginário. Tanto que há ocorrências de mortes e suicídios nas suas seis personagens. Discute-se o fazer teatral, a relação ator/personagem e até mesmo a busca metafísica do homem por seu criador.

Os personagens se dizem personagens e não atores, o que cria certa magia em torno de seus atos e de suas falas. Demercy-Mota (2005, p. 02) destaca que:

Esta peça de Pirandello pode exprimir toda a sua pujança, a sua enorme força, porque contém um mistério que é a contaminação do mundo visível pelo mundo invisível, “um mundo surreal”, onde a magia escondida, terrífica e mortal, à qual não se poderia esperar a partida, toma naturalmente o seu lugar no teatro.
O teatro encontra-se, portanto, invadido pelo que lhe é essencial, o seu próprio coração, a sua seiva: as personagens! Personagens que não estão apenas à procura de um autor, mas da totalidade do teatro, todo o teatro deve pôr-se ao seu serviço, ser vampirizado pelas suas existências, pela sua incompletude, pelo seu drama violento que nem chega a ser consumado. E é esse drama que é preciso repetir para fazer o teatro existir.

Pirandello destaca que as personagens já se destacaram dele, vivendo por conta própria:

Adquiriram voz e movimento; já se tornaram, portanto, na luta que tiveram de sustentar comigo para defender a sua vida, personagens dramáticas, personagens aptas a falar e mover-se por si; como tais a si-próprias se vêm desde já; aprenderam a defender-se de mim; saberão também defender-se dos outros. E, se assim é, deixemo-las viver onde habitualmente as personagens dramáticas vivem a sua vida própria: num palco.

Seis personagens à procura de um autor é a obra mais representativa de Pirandello, onde a expressividade de muitos atos de efeitos ( todos eminentemente teatrais) tornam-se cíclicos até o final da peça. O leitor muitas vezes se sentem como os próprios personagens que surgem da sombra. Pode-se dizer que o caso de Pirandelo há uma superteatralidade da vida, podendo-se questionar até que ponto a vida é puramente teatro.

Nieva (2001, p. 08) afirma que “basta por um ponto para que qualquer realidade tornar-se teatralidade e cobrir uma dimensão nova”. Nisso tudo, percebe-se que a vida é uma mentira e que a verdade é teatro. A realidade é uma ficção da realidade. Seis personagens à procura de um autor requer que o leitor se torne no próprio diretor da cena de sua leitura. Quando ele consegue a leitura de Pirandello lhe captura no lançando ao teatro.

Já na obra Slow man do sul-africano J.M. Coetzee, conta-se a história de Rayment Paul de 60 anos, um fotografo e arquivista aposentado, divorciado e sem filhos que vive sozinho. Num certo dia, ele é atropelado por um carro enquanto andava de bicicleta. Como conseqüência ele tem que amputar uma de suas pernas. O protagonista acaba sentindo que sua vida se tornou tão circunscritos que ela já não vale viver.

Quando ele volta para casa, ele contrata uma enfermeira para cuidar dele, ela chama-se Marijana. Ele logo se apaixona por ela, só que esta possui três filhos e é casada. Enquanto Paul pondera como conquistar o coração dela, recebe a visita da misteriosa escritora Elizabeth Costello, personagem de outros dois livros de Coetzee, que desafia Paul a assumir um papel ativo na própria vida.

Nessa obra, cabe ao leitor refletir sobre aquilo que nos torna humanos e o que significa envelhecer.

Elizabeth Costello é uma personagem de uma obra de Coetzee a qual é uma famosa escritora australiana. Ela é protagonista de outra obra, mas que visita a obra Slow Man. A personagem escritora na obra intitulada com seu nome retorna as conferências literárias provocativas e inspiradoras. No entanto, na obra Slow Man ela reaparece. O que implica que Rayment é nada mais do que um personagem que tem evocado na cabeça dela.

Durante a obra, existem muitas outras reuniões entre Rayment e Costello e, com ela sempre lembrando-lhe o que ele é um tolo e praticamente implorando para ele fazer alguma coisa, qualquer coisa. O que permite explorar a relação um escritor e suas personagens.

Esposito (2003, p. 01) destaca que Costello intervem na decisão de vida de Rayment não por amizade ou por compaixão, mas como uma autora no diálogo criativo de um personagem: “Assim que alguém, algures poderia colocá-lo em um livro. Assim que alguém pode querer colocá-lo em um livro... Para que você possa ser útil a criação de um livro... Torne-se importante, Paul. Viva como um herói. ... Ser um personagem principal."

Assim, podemos dizer que em Seis personagens à procura de um autor é possível verificar a busca pela representatividade teatral como conjunto da vida. Onde vida real e imaginário se confundem causando um estranhamento no leitor. A invasão dos personagens no ensaio é a invasão da vida real na imaginação que pretende representar o drama da vida real.

Em Slow Man a situação parece ser invertida, onde a vida real é invadida pela imaginação ou representação, criando conflitos e interrogações no protagonista. A presença de uma autora que deixa a crer que visita seu personagem doente inverte o sentido da busca da família Pirandellana.


REFERÊNCIAS:

BERNARDINI, Aurora Fornoni. Pirandello: Máscara, Persona e Personagem. In: PIRANDELLO, Luigi. Seis personagens à procura de autor / Luigi Pirandello ; tradução Sérgio Flaksman. – 1. ed. – São Paulo: Peixoto Neto, 2004. (Os grandes dramaturgos).

COETZEE, J. M. Slow Man. Martin Secker & Warburg. New Zeland. 2005.

DEMERCY-MOTA, Emmanuel. Seis Personagens em Busca de Autor de Luigi Pirandello com Encenação Emmanuel Demarcy-Mota. A Companhia de Teatro de Millefontaines. França. Grande Auditório. Centro Cultural de Belém, Lisboa, 2005.

ESPOSITO, Scott. Por um personagem principal. Disponível em: http://www.sfstation.com/slow-man-by-j-m-coetzee-1497&ei=pXNLSt7aMo. Acesso em: 14/06/2009.

NIEVA, Francisco. Prólogo de Seis Personajes en busca de autor. Unidad Editorial, S. A. c/ Pradillo, 42 28002 Madrid.

PIRANDELLO, Luigi. Seis personagens à procura de autor. Tradução Sérgio Flaksman. – 1. ed. – São Paulo: Peixoto Neto, 2004. (Os grandes dramaturgos).

TRABALHO APRESENTADO COMO PARTE DA AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA DE LITERATURA INGLESA II

domingo, 28 de junho de 2009

A Matemática no desenvolvimento da Autonomia da criança

1 INTRODUÇÃO

O processo de ensino e aprendizagem de matemática é possível pela interação que ocorre no ambiente escolar. A primeira questão é como fazer com que o conhecimento de lógico-matemático seja estabelecido e flua no cotidiano escolar de maneira a envolver os educando para a troca significativa.

Como o pensamento lógico-matemático pode ser construído e como ele funciona na ótica de Piaget. Quais são as formas de conhecimento que podem existir considerando o relacionamento da criança com o meio.

Com esse paper, busca-se elucidar a importância do relacionamento entre os indivíduos no ambiente escolar e no desenvolvimento do desenvolvimento da autonomia da criança no processo de construção do pensamento lógico matemático.
2 CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO

Segundo o que Piaget expõe em suas teorias é possível e verificável a passagens dos conhecimentos menos estruturados para os mais estruturados. Tendo ele maior sucesso quando aplicou seus estudos com objetivo de desvendar o universo da aprendizagem infantil. Diante de suas análises e conclusões ele realiza classificações e divisões, das quais pode ser citada a do tipo de conhecimento: conhecimento físico, conhecimento social e conhecimento lógico-matemático.

Para Jacques (2007, p. 38) constitui-se o conhecimento físico pela superioridade da característica visual, onde permite-se observar o objeto, traduzindo na experiência imediata. “É quando identificamos cor, formato, peso, tamanho ou o tipo de material que o objeto é constituído. Até mesmo o conhecimento de soltarmos um objeto e perceber que ele cairá no chão é também um exemplo de conhecimento físico”. O conhecimento social é construído mediante a experiência das relações sociais. Construtos do homem que derivam das experiências vividas no contexto ao qual está inserido.

Por conhecimento lógico matemático é possível acontecer nas coordenações de relações, organizada e estruturada pela mente da criança. A análise do objeto pela criança não é de forma isolada e sim relacional ou comparativa através da diferença e da igualdade. “Os avanços do conhecimento lógico-matemático ocorrem na medida em que a criança consegue, a partir da criação de relações simples entre os objetos, coordenar novas relações”. (JACQUES, 2007, p. 39). Para Silva o raciocínio lógico matemático tem influência em todas as áreas do conhecimento:

O conhecimento lógico-matemático segundo Piaget (1978) é uma construção, e resulta da ação mental da criança sobre o mundo. O conhecimento lógico-matemático não é inerente ao objeto; ele é construído a partir das relações que a criança elabora na sua atividade de pensar o mundo. Contudo, da mesma forma que o conhecimento físico, ele também é construído a partir das ações sobre os objetos.
O conceito de número é um exemplo de conhecimento lógico-matemático. Ele é uma operação mental, e consiste de relações que não podem ser observáveis. O pensamento lógico-matemático consiste em uma construção mental que se deve a diversos estados de abstração. (SILVA, 2007, p. 6).

Para Gardner o pensamento lógico-matemático tem sua origem nos objetos, ou seja, ele acaba confrontando/comparando objetos, “ordenando-os, reordenando-os e avaliando sua quantidade que a criança pequena adquire seu conhecimento inicial e mais fundamental sobre o domínio lógico-matemático. Deste ponto de vista preliminar, a inteligência lógico-matemática rapidamente torna-se remota do mundo dos objetos materiais” (GARDNER, 1994, p.100).
Partindo dessa classificação como base teórica, pode-se afirmar que o conhecimento tem como fonte dois pontos: o primeiro é externo e o outro é interno. Serão fontes externas o conhecimento físico e o conhecimento social e serão fontes internas o conhecimento lógico-matemático.

Para o reconhecimento da identidade do objeto é preciso lançar mão de dois aspectos, segundo a teoria de Piaget: abstração empírica e abstração reflexiva. Nesse sentido Silva (2004, p. 01) explana que “a abstração empírica consiste em retirar o conhecimento diretamente dos objetos ou das ações exercidas sobre eles; já a abstração reflexionante retira o conhecimento da coordenação das ações sobre os objetos”.

Diante dos dados apresentados deve-se recorrer as explicações de Freire (2000, p. 32) que leciona que a transferência de conhecimento inexiste, porque o docente tem como função primordial a inevitável a instigação ao aprendizado e ao conhecimento. Considerando que o ensino ultrapassa os limites dos muros da escola, nos dias atuais em que se discute a transferência de responsabilidades paternas/familiar para a escola e que a escola concorre com outros meios de informações e tecnológicos na produção e na divulgação de informações, o docente deve interligar o seu trabalho com o contexto social que por si só instiga. Devendo o professor ir além daquilo que o tradicionalismo prega, e se tornar responsável pela utilização máxima das abstrações para um pleno desenvolvimento do processo de conhecimento lógico-matemático.

As informações que a criança carrega ao chegar à escola são importantes, mas elas adquirem maior importância quando eivadas de significados e ordenadas mentalmente. O professor tem como responsabilidade o desenvolvimento amplo das aptidões do aluno, visando a criticidade e a autodeterminação individual. Por isso, a interação entre professor e aluno é importante para o crescimento da autonomia.

A intensidade de trocas de experiências em grupos, comunicação de dúvidas e descobertas, ou seja, quanto mais o aluno usar a oralidade para explicar as representações pictóricas e a escrita mais próximo estará de desenvolver a linguagem matemática. E mais desenvolverá o pensamento lógico-matemático. Com a autonomia desenvolvida do diálogo, o educando a aplicará aos seus conhecimentos lógico-matemáticos com o intuito de promover mudanças no seu meio. O educando poderá de maneira mais eficiente explorar, investigar, representar e construir significados utilizando-se dos signos internos.

3 CONCLUSÃO

Tendo em vista o que foi exposto acima é possível afirmar que para Piaget o conhecimento lógico-matemático é uma pertença biológica que precisa ser desenvolvida nos indivíduos através de processos especiais. O processo lógico-matemático proporciona uma melhor compreensão do mundo e da sociedade para o indivíduo.

O docente ao estar em contato com o educando possui enorme importância porque através de seus estímulos na prática pedagógica o induz no desenvolvimento de sua autonomia. O aluno ao ser instigado pelo professor a realizar determinadas ações, tarefas ou pensamentos acaba tornando-se consciente de seus atos e do motivo das coisas se constituírem como são, havendo assim uma evolução no conhecimento lógico-matemático.

Assim, é possível afirmar que apesar de ser algo interno o indivíduo não nasce com o seu pensamento lógico-matemático pronto, ou seja, ele constrói ao longo de sua trajetória do conhecimento. A importância do desenvolvimento da autonomia da criança no processo de construção do pensamento lógico matemático reside na qualidade e na forma com que ela construirá e na estrutura deste conhecimento. Uma criança com autonomia maior constrói um conhecimento lógico-matemático melhor.


4 REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido - saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

GARDNER, Howard. Estruturas da Mente a Teoria das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre. RS. Artes Médicas Sul. 1994.

JACQUES. Eleide Mônica da Veiga. Metodologia e Conteúdos Básicos de Matemática. Associação Leonardo da Vinci (ASSELVI). Indaial: Ed. Asselvi, 2007.

Silva, Vicente Eudes Veras da. O pensamento lógico-matemático, 30 anos após o debate entre piaget e chomsky. Disponível em http://www.anped.org.br/reunioes/28/textos /gt19/gt19697int.doc. Acessado em: 01/05/2008.

sábado, 20 de junho de 2009

A IMAGEM DIVINA DE WILLIAM BLAKE E A IMAGEM EM OCTAVIO PAZ

William Blake viveu toda a sua vida à beira da pobreza e morreu sem ter o devido reconhecimento. Blake viveu num período significativo da história, marcado pelo Iluminismo e pela Revolução Industrial na Inglaterra.

A literatura estava no auge do que se pode chamar de clássico "augustano"", uma espécie de paraíso para os conformados às convenções sociais, mas não para Blake que, nesse sentido era romântico, "enxergava o que muitos se negavam a ver: a pobreza, a injustiça social, a negatividade do poder da Igreja e do estado.

Não é possível dissociar o poeta e o pintor, já que sua obra é uma composição única, onde suas atividades artísticas somadas à intelectualidade contestadora, compõem um universo pessoal. Talvez por esse motivo, a grandeza de William Blake não foi compreendida por seus contemporâneos e ainda hoje, não é vista com o devido merecimento.

“Homem de personalidade geniosa, irascível, amável, sempre tido por seus contemporâneos e pósteros, como um louco – falsa acusação que povoou sua reputação pelo tempo afora. Mas não só isso. Alguns de seus aforismos tornaram-se popularíssimos nos mais longínquos recantos da terra.” (GONÇALVES, 2007, p. 01).

No poema de Willian Blake temos a imagem como divina, ou seja, a representação de Deus o criador como um ente sobrenatural que possui muitas características positivas. Nesse sentido faremos uma relação com o texto Imagem de Octavio Paz, o qual trabalha a imagem como representações ou construções de imaginário, aproximando ou conjugando realidades opostas.

Para Paz a imagem é contraditória. A contradição serve apenas para analisar o caráter irrepreensível absurdo da realidade ou da linguagem. A realidade é construída tal como o significado das palavras e nisso elas se contradizem. Sempre se repara a existência de dois pontos que coexistem e se integram: a mística e a poesia. E a ciência vem para desmantelar a poesia de seu lugar.

Verificamos então esses dois pontos na poesia de Blake, onde as características divinas são ressaltadas e não deixam de serem místicas quando investidas de poesia.

Ao Perdão, Piedade, Paz e Amor,
Todos clamam na aflição:
E para estas virtudes prazeirosas
Afirmam sua gratidão.

A história das civilizações antigas se baseiam na dualidade existencial, onde sendo uma coisa não o é a outra, tendo um caráter opositor. Mas apesar dessa oposição, existem um momento em que elas se fundem, não podendo se distinguidas um das outras. Nesse sentido na poesia verificamos a fusão de dois momentos ou ênfases divinas: a capacidade de Deus ser pai e filho:

É Deus nosso pai querido:
E Perdão, Piedade, Paz e Amor,
É o homem, seu filho, a quem cuida.

Paz destaca que o conhecimento da poesia só se dará com a interação dela com o leitor. É através da poesia que o homem conhece e absorve os valores do mundo. A identidade última entre o homem e o mundo, a consciência e o ser, o ser e a existência, é a crença mais antiga do homem e a raiz da ciência e da religião, magia e poesia. Isso acontecerá quando o leitor se apoderar das palavras de Blake quando no momento de tristeza, aflição, dificuldades.

A relação se dará quando o leitor investido de sentimentos semelhantes ao texto se apoderar dele chegando a uma forma de êxtase. Pois a poesia como linguagem é capaz de transcender o sentido das coisas e de dizer o indizível, não se pode separar seu raciocínio das imagens, jogos de palavras e outras formas poéticas. Poesia e pensamento se entretecem até formar uma só tela, uma única matéria insólita.

Quando afirmamos que a poesia possui a qualidade de dizer aquilo que as palavras comuns não são capazes de dizer, tais como de traduzir pensamentos rigorosos como o pensamento das crenças orientais. E que as palavras transformadas em imagens podem dizer o indizível. Afirmamos que Blake em suas imagens poéticas se consegue traduzir aquilo que ele tem de mais belo em seu interior. A própria poesia dele já é um grande incentivo à imaginação.

As imagens na poesia tem diversos níveis: autenticidade, experiência do mundo; a realidade objetiva, as obras; as imagens possuem caráter revelador do mundo e de nós mesmos. Blake utiliza-se de jogo de palavras para criar a imagem dos sentimentos:

Pois Perdão tem um coração humano,
Piedade, um rosto humano,
E Amor uma forma divina,
E Paz, as vestes humanas.

Paz ressalta que as palavras não conseguem exprimir a realidade no seu sentido total. A linguagem é descritiva, é limitada. A imagem reproduz o momento de percepção e força o leitor a suscitar dentro o objeto um dia percebido. Toda palavra corresponde a um significado, isto é, tem outra palavra que diga a mesma coisa. A imagem ao contrário, é aquilo, não se pode dizer com outras palavras. A imagem explica-se em si mesma. O poema é a linguagem em tensão.

Ao descrever a imagem divina, Blake tenta recriar uma “realidade” mítica, revivê-la. A imagem transmuta o homem e converte-o por sua vez em imagem, isto é, em espaços onde os contrários se fundem. A poesia é descobrir e desvendar o próprio ser, que é a imagem e semelhança de Deus, então desvendando a imagem divina, desvenda-se o homem.


REFERÊNCIAS

GONÇALVES, Leo. Willian Blake Hoje. Disponível em: http://www.revistaetcetera.com.br /19/blake_hoje/index.html. Acesso em: 26/06/2009.

PAZ, Octavio. O Arco e a Lira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. Col. Logos. Tradução de Olga Savary (p.15-31 e 82-7).

WIKIPÉDIA. Willian Blake. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Blake Acesso em: 15/06/2009.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A IMPORTÂNCIA DO ATO DE CANTAR PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA


Muitos brinquedos dados às crianças geralmente estigmatizam o corpo humano, uma raça, uma geração, sujeitos infantis de um modelo e não de outros. Assim, as crianças crescem querendo se “barbie e isso é proporcionado dentro da sala de aula. Muitas professoras esquecem que é possível resgatar brincadeiras de roda, ou mesmo cantigas regionais que propiciem a formação e desenvolvimento da criança.

O lúdico é uma alternativa boa e barata para desenvolver integralmente a criança. Deve-se entender por lúdico a forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos, raciocínio de uma criança através de jogos, música, dança, mímica. O intuito é educar, ensinar, se divertindo e interagindo com os outros. Lembrando que não é apenas brincadeira da moda, mas também demais instrumentos, como filmes, histórias e cantigas.

Nesse trabalho buscar-se-á elucidar a importância do ato de cantar para o desenvolvimento em vista as dimensões que a educação infantil alcançou e o contexto em que as crianças se encontram. A educação infantil na modernidade não é aquela coisa delicada e meiga como à três décadas atrás. Pelo contrário, está imersa em tecnologias e modelos importados. Fazendo com que os docentes tenham a necessidade de estar em constante domínio das inovações.

A música pode oportunizar muitas fontes de conhecimento às crianças. Jeandot apud Pires (2008, p. 6) destaca que “mesmo antes de nascer, ainda no útero materno, a criança já toma contato com um dos elementos fundamentais da música – o ritmo, através da pulsação do coração de sua mãe”. E nesse sentido, a música permite que “a criança conheça melhor a si mesma, desenvolvendo sua noção de esquema corporal na comunicação com o outro e contribui no desenvolvimento cognitivo/lingüístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança. Para Schaefer apud Maluf (2008, p. 01):

As atividades lúdicas promovem ou restabelecem o bem estar psicológico da
criança. No contexto de desenvolvimento social da criança é parte do repertório
infantil e integra dimensões da interação humana necessária na análise
psicológica (regras, cadeias comportamentais, simulações ou faz-de-conta
aprendizagem observacional e modelagem). (...) As atividades lúdicas têm
capacidade sobre a criança de gerar desenvolvimento de várias habilidades,
proporcionando a criança divertimento, prazer, convívio profícuo, estímulo
intelectivo, desenvolvimento harmonioso, autocontrole, e auto-realização.
(MALUF, 2008, p. 01).



Dentre os pontos destacados na aplicação musical (canto) na educação infantil, está a integração social da criança. Cantar é acompanhar uma musica propicia à criança o desenvolvimento do seu senso rítmico e d\a coordenação motora. Ao se expressai musicalmente diante de outras crianças, afirmando sua identidade, estabelece relações afetivas, desenvolve a auto-estima, aceita suas capacidades de limitações, reconhece e valoriza a diferença. (PIRES, 2008, p. 06).

Para Circe (2006, p. 46) a música pela sua diversidade, proporciona efeitos significativos no campo da maturação social da criança. Sendo por meio do repertório musical que se inicia como membro de determinado grupo social. Maluf ainda ressalta que:

O educador deverá propiciar a exploração da curiosidade infantil, incentivando o
desenvolvimento da criatividade, das diferentes formas de linguagem, do senso
crítico e de progressiva autonomia. Como também ser ativo quanto às crianças,
criativo e interessado em ajudá-las a crescerem e serem felizes, fazendo das
atividades lúdicas na Educação Infantil excelentes instrumentos facilitadores do
ensino-aprendizagem. As atividades lúdicas, juntamente com a boa pretensão dos
educadores, são caminhos que contribuem para o bem-estar, entretenimento das
crianças, garantindo-lhes uma agradável estadia na creche ou escola. Certamente,
a experiência dos educadores, além de somar-se ao que estou propondo, irá
contribuir para maior alcance de objetivos em seu plano educativo. (MALUF, 2008,
p. 01).



Assim, o cantar trás como beneficio maior o desenvolvimento integral da criança, atingindo a formação do caráter, da personalidade, dos gestos e das escolhas. Em suma, a musicallizaçao infantil propicia entre outros benefícios a: socialização, alfabetização, inteligência, capacidade inventiva, expressividade, coordenação motora e tato fino, percepção sonora, percepção espacial, raciocínio lógico e matemático e a estética.


O grande debate da educação moderna é a conciliação das diversidades (sejam culturais, regionais ou econômicas), a heterogeneidade cultural é um ponto que caracteriza o Brasil.

A criança na escola convive com a diversidade e poderá aprender com ela.
Singularidades presentes nas características de cultura, de etnias, de
religiões, de famílias são de fato percebidas com mais clareza quando colocadas
junto a outras. A percepção de cada um, individualmente elabora-se com maior
precisão graças ao Outro, que se coloca como limite e possibilidade.
(BRASIL, 1998, p. 1123).


O cantar além dos benefícios físicos e psicológicos, traz benefícios sócio-culturais de integração. Que pretendem ultrapassar as teorias da inclusão parcial, partindo para o reconhecimento e valorização de características de cada um, etnias, escolas, professores e alunos.

A criança experimenta estímulos diferentes. Já que “a brincadeira musical na educação Infantil deve prever ações como: a escuta de músicas e diferenciação de som e silencio, a expressão corporal em diferentes ritmos musicais, o cantar diversas altura e intensidades sonoras, exploração dos sentimentos através da música e a criação musical livre e com regras. (PIRES, 2008, p. 23).

Ao analisar a presença dos elementos lúdicos na educação infantil é possível que muitas dúvidas apareçam. No entanto, é preciso esclarecer que a musicalização enquanto elemento lúdico proporciona o desenvolvimento intelectual e mental em primeiro plano.

Outro fator que é beneficiado pela musicalização é a inserção social pelo conhecimento das diversidades entre os sujeitos. A criança que trabalha com a diversidade aceita-se melhor e aceita o Outro considerando as diferenças.
O direcionamento pedagógico das atividades lúdicas deve ser intencionais para o pleno desenvolvimento da criança. Dessa forma, a utilização do canto deve estar atrelado às novas experiências, à reflexão do cotidiano e a criação de solução para seu dia-a-dia.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998.

MALUF, Angel Cristina Munhoz. A importância das atividades lúdicas na Educação Infantil. Disponível em: <>. Acesso em 12/10/2008.

MARQUES, Circe Mara. Diversidade da criança. Pátio Educação Infantil. Ano IV, n 11. Out. 2006.

PIRES, Gisele Brandalero Camargo. Lúdico e Musicalização na Educação Infantil. Associação Educacional Leonardo da Vinci. Indaial: Ed. Asselvi, 2008.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

EDUCAÇÃO INFANTIL E CONHECIMENTO EDUCACIONAL

1 INTRODUÇÃO

A educação de um modo geral apresenta como costume, analisar o rendimento dos educando através de exames e testes no final de períodos determinados. No entanto, esquecem que a construção do conhecimento não ocorre somente com a verificação tradicional. Bem pelo contrário, reconhece-se que a pesquisa e as experiências cotidianas levam a efetividade na construção do conhecimento.

A experiência física consiste em agir sobre os objetos e descobrir as propriedades por abstração, partindo da realidade. Apontando que toda experiência necessita de uma estrutura real e do interesse do educando, isto é, que o registro de todo dado exterior supões existência de instrumentos de assimilação inerentes à atividade do sujeito.

Nesse paper buscar-se-á averiguar o que Piaget apresenta para a construção do conhecimento na infância, como princípios de educação, relacionando a educação infantil e a infância.



2 INFÂNCIA E EDUCAÇÃO

Os períodos em que o indivíduo inicia seu desenvolvimento e o conhecimento dos elementos exteriores. A idéia de infância é dinâmica e vem crescendo em termos de relevância social.

As preocupações com a infância abrem novas possibilidades e um novo caminho para repensar as intenções pedagógicas e sociais, no sentindo de dar resposta às expectativas infantis, apontando para novas tendências e desafios educacionais. As crianças pequenas precisam dos adultos a fim de que possam ter seus direitos assegurados, está despontando uma pedagogia da educação infantil que respeite a criança como cidadã e a coloque no centro do processo educacional. (ESCHER, 2003, p. 01).

Concebe-se a infância o período compreendido entre 0 e 6 anos. A educação aplicada a esse período deve buscar o desenvolvimento de uma identidade positiva das crianças sobre si mesmas para descobrir-se física e afetivamente.

A educação Infantil possibilita construir auto imagem, afetividade, costumes, cultura, expressões diversas, linguagens e conhecimento da realidade.

A Educação Infantil é uma forma de potencializar a aprendizagem dos indivíduos, dotando-os de conhecimentos basilares para a vida adulta. São as atividades iniciadas nessa fase que determinam o futuro do conhecimento. A escola deve estar atenta à essa realidade educacional. É no intuito de apontar caminhos que Piaget tece seus comentários a respeito da pedagogia na educação.


3 PRINCÍPIO PIAGETEANO DO INTERESSE

Educar é adaptar o indivíduo ao meio social e ambiente. Os novos métodos de educação procuram favorecer esta adaptação utilizando as tendências próprias da infância como também a atividade espontânea inerente ao que a própria sociedade será enriquecida. (PIAGET, 1979, p. 154).

Ao contrário da escola tradicional que constrói a educação com a pressão contínua do professor, a escola moderna baseia seus ensinos na atividade real para o trabalho espontâneo ligado à necessidade e no interesse pessoal.

A característica da infância é precisamente ter que encontrar esse equilibro por uma ´serie de exercícios e condutas, por uma série de atividades de estruturação contínua, partindo de um estado de indiferenciação caótica entre o sujeito e o objeto. De fato, no ponto de partida de sua evolução, a criança é chamada, sem sentido contrários, por duas tendências ainda não harmonizadas entre si e que permanecem indiferenciadas na medida em que não encontra equilíbrio uma em relação a outra. (PIAGET, 1979, p. 157).

A lei do interesse que domina ainda o funcionamento intelectual do adulto, é então verdadeira a fortiori para a criança, cujos interesses não são de forma alguma coordenados e unificados, o que exclui nela ainda mais que em nós, a possibilidade de um trabalho intrínseco.

Na escola moderna reservaram em princípio um lugar essencial à vida social entre as crianças. Os alunos ficaram livres para trabalhar entre si, e colaborar na pesquisa intelectual tanto quanto no estabelecimento de uma disciplina moral (DEWEY & DECROY apud PIAGET, 1979, p. 177).

A evolução do aprendizado social da criança procede do egocentrismo que ele sente, por quere aprender aquilo que realmente a interessa. È preciso que o professor esteja atento aos menores indícios de interesses e aptidão, para que sejam desenvolvidas na sua potencialidades.


4 CONCLUSÃO

A educação infantil ainda dá lugar a modos de organização diferenciadas, umas escolas estão adaptadas às formas tradicionais enquanto outras tentam romper a barreira da modernidade.

Piaget propõe a educação dos alunos de forma integrada com os interesses deles. Não de forma construídas a partir da realidade social ambiente. Entender que há individualidade em meio ao grupo, por mais homogêneo que pareça é dar oportunidade de auto conhecimento e de valorização de si próprio.

Assim, a infância é uma etapa útil, que oferece a oportunidade de uma adaptação progressiva ao meio físico e social.


5 REFERÊNCIAS

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia: a resposta do grande psicólogo aos problemas do ensino. Rio de Janeiro: Forense, 1979.

ESCHER, M. Infância e educação. Disponível em: www.edunet.com.br/htm.05. Acesso em 09/09/08.