André Gilberto Boelter Ribeiro


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terça-feira, 15 de junho de 2010

PROBLEMAS DE LEITURA

Inúmeros problemas que envolvem a formação de leitor estão sendo identificados nas escolas brasileiras. E isso perpassa a falta de leitura e sua implicação no desenvolvimento do leitor, dos novos instrumentos que cativam mais que os livros tradicionais, e na posição que a escola assume em repassar conteúdos.
O primeiro problema é que os alunos não estão lendo livros bons e isso implica no precário desenvolvimento de leitores capacitados. Cada vez menos os alunos estão lendo menos livros e mais textos medíocres. As sagas produzidas para vendagem têm mais lugar no cotidiano dos estudantes que outras obras relevantes da literatura. Outro exemplo são os milhares de páginas do professor J.R.R. Tolkien que fascinam leitores infanto-juvenis.
Outro problema da leitura entre os adolescentes é que os novos instrumentos e aparatos tecnológicos estão tomando lugar dos livros. Eles preferem ficar horas e horas navegando num site qualquer, jogando ou mesmo conversando em chats do que parar para mergulhar no mundo das letras. Um agravante disso é que os livros tradicionais direcionados a esse público não se renovam, ficando desnivelado ao escorregadio leitor jovem.
Para agravar a situação, verificamos mais um obstáculo na formação de leitores jovens. A escola não está mais preocupada com a leitura e o desenvolvimento do leitor, mas nos conteúdos e com vestibulares, o que prejudica a própria busca autônoma pelo conhecimento. A escola é o único local onde muitos jovens tem acesso a leitura, já que em casa não se cultiva esse hábito. E o fato dela não estar atenta a esse contexto, deixa-os as margens de uma literatura de qualidade.
É preciso rever muitos conceitos e preconceitos sobre a formação de leitores, principalmente na escola pública brasileira. Não basta apenas repassar conteúdos e teorias como se fossem os alunos uma máquina repetidora. Demonstrar que existem obras muito valiosas que não estão na mídia ou no cânone mercadológico, que a leitura pode dar tanto prazer ao seu leitor quanto um site da moda, e que criar o hábito de ler com freqüência é um papel que a escola e a família deve desenvolver. A formação de sujeitos realmente críticos e autônomos passa por esses referenciais.

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