André Gilberto Boelter Ribeiro


Textos, Artigos Públicados, Reportagens citadas, Fotos, entre outros assuntos.

terça-feira, 29 de junho de 2010

QUESTÕES DA PÓS EM DOCENCIA SUPERIOR

1) Como você avalia a maneira que, via de regra, é trabalhado o conhecimento em sala de aula em nossos cursos?

A grande carga de informação recebida diariamente via informática pelas pessoas em nada tem contribuído para a melhoria do ensino no Brasil. Se por um lado, tem-se falado muito em espaço virtual, comunidade virtual, por outro, à quer se falar em descaracterização do ensino, enquanto formador de opiniões e humanizador, não obstante hajam mobilizações para modificar esse paradigma. Esse problema se arrasta desde os anos iniciais até a graduação renomadas e recomendadas pelo MEC.
Apontam especialista, que no ensino fundamental grande parte dos problemas está na má formação dos professores. E, por má formação entenda-se somente os poucos qualificados (ou desqualificados) e não os que não tem acesso (isso é outro assunto), mas também os que negligenciam as tarefas de classe. Outra questão que a torna inadequada é a utilização das disciplinas em escolas e das idéias incutidas muitas vezes pelos próprios pais que a escola e o ambiente escolar é desagradável. Houve uma convenção tácita a respeito do ensino entre a sociedade e muitos educadores.
Não bastasse a desmoralização do ensino por parte da família que transmitiu sua responsabilidade as escolas. Muitas vezes enfrenta-se a promiscua ideologia de muitos meios de comunicação de que estudar não é promissor, assimilando-o como algo extremamente penoso. Frequentemente são observados os exemplos de que as crianças se baseiam em assuntos televisivos, da internet ou mesmo de jogos e raramente, para não se dizer nunca, são de livros. Ora, a televisão tem pouco mais de cinqüenta anos, no entanto, os livros chegaram nas bagagens portuguesas.
Continuando os estudos, encontram-se no ensino médio a parafernália da preparação para vestibular. E o pecado continua. Ao invés de preparar os alunos para o convívio social de modo pleno, humanizá-los, os docentes fazem questão de mecanizá-los para a chegada da grande hora: o vestibular. Assim, a oportunidade de fazer com que o ensino cumpra o seu papel preparador humanístico e inclusor social, transforma-se ilusão. E a teoria, fonte de detalhes, geradoras de debates, amassa-se numa gaveta empoeirada, e a enfadonha e humilhante velha prática, brilha com todo o seu esplendor até a colação de grau superior. E o ensino deixa de ter caráter inclusor e passa a ser fator de exclusão.
Dessa forma, não cabe apenas uma reforma em um dos níveis. O problema deve ser tratado fora dos portões escolares. Famílias, meios de comunicação, administração públicas e principalmente professores com consciência de classe, todos em conjunto, devem reavaliar o papel do ensino enquanto mecanismo apto e eficiente na humanização dos indivíduos e não como alavanca de vestibular e profissão futura. A escola é um espaço de realização, de encontro com si mesmo, de descobertas, de formação, e não um semáforo de parada obrigatória.
Tanto a universidade quanto as escolas de ensino básico poderão



2) Qual é a forma mais adequada para trabalhar a articulação entre ensino e pesquisa na educação superior?

A prática docente é uma tarefa que exige do educador uma constante adaptação com o mundo exterior. Por esse motivo, o docente deve ter determinados comportamentos para que possa executar sua atividade docente de maneira satisfatória. E isso, se desenvolve no que denominamos de formação docente que está repleta de atividades de aprendizado. Dentre essas atividades está a da pesquisa e a da leitura.
Não é difícil perceber dentre muitos docentes, a concepção de que o termo “formação” compreende apenas palestras e demais atividades realizadas ou promovidas por órgãos educacionais. Isso acontece principalmente na docência pública. Porém, é importantíssimo salientar que a formação docente não envolve apenas palestras ou atividades isoladas. O termo formação compreende uma ação particular em prol do público, ou seja, cada docente é responsável pela sua formação, que é única, ininterrupta articulado, e imensurável em determinados casos. E essa idéia advêm dos bancos universitários.
Um ponto que os docentes pecam constantemente é em não conceber a leitura como parte de sua formação. Não há de se falar em formação profissional e mais ainda, em formação docente sem que haja um nível de leitura, seja ela, especifica da área, conhecimentos gerais ou até mesmo de clássicos. A aquisição do conhecimento do docente perpassa vários níveis e um dele é o da leitura.
O docente também deve estar envolvido em outro ato que não é e nem deve ser desvinculado ao da leitura, que é o ato da pesquisa. Conhecer algo ou dado assunto, não faz de nenhum docente pronto e acabado, pelo contrário o torna ainda mais preparado para trilhar caminhos desconhecidos da área de sua especificidade. Quando se pesquisa, se coloca em atividade grande parte do conhecimento adquirido em busca de uma solução para um problema. É inevitável realizar uma pesquisa sem se utilizar do instrumento leitura, o que o enriquece ainda mais.
O professor que é um constante pesquisador e tem como instrumento de trabalho a pesquisa e a leitura, não passará despercebido e terá destaque em qualquer atividade que exercer. Pois, a cada leitura ele modifica e modifica o entendimento de leituras realizadas por ele em outro momento. É um ato de entrelaçamento que gera conhecimento. A formação docente só terá consistência se for construída sob os pilares da pesquisa, da leitura e da prática. Caso contrário, ter-se-ão profissionais desabilitados a exercer o magistério com qualidade.


3) Como poderia ser desenvolvida uma pedagogia mais coerente com a sociedade atual? Que aspectos não poderiam faltar na prática profissional dos docentes hoje?

A informática é a grande revolução dos últimos anos seja nas relações humanas, como nas profissionais e sociais. É possível estabelecer relações profissionais com outros agentes a longa distância, sem mesmo os conhecer. É possível fechar contratos, grandes negócios e demais ações apenas usando os aparatos que o mundo da informação dispõe aos seus usuários. Todos os consultores de gestão profissional concordam que qualquer profissional deve-se estar atualizado e constantemente atualizando-se no campo que denominam de Tecnologia de Informação.
Pode-se assegurar com toda exatidão que é impossível escapar da presença dos meios de informacionais. O que cabe a nós então? É dedicar um tempo de nosso dia para conhecer o funcionamento desses novos aparelhos, para que não sejamos atropelados pela nova geração.
O planejamento ao contrário do que todo mundo pensa é um instrumento que deve ser utilizado em todas as áreas do conhecimento e diariamente. O planejamento faz parte da rotina administrativa empresarial, das instituições bancárias, da vida pessoal e profissional e também das escolas. O ato de planejar é indispensável para um bom desempenho da escola e do processo educativo. O planejamento não é ligado somente ao planejamento de aulas, mas de como a escola irá agir e interferir na sociedade em que está atuando.
Infelizmente, os professores estão esperando muito pelas instituições a que estão vinculadas e não buscam se aperfeiçoar por si só, esperam ser conduzidos na sua formação, não autonomamente.

terça-feira, 15 de junho de 2010

PROBLEMAS DE LEITURA

Inúmeros problemas que envolvem a formação de leitor estão sendo identificados nas escolas brasileiras. E isso perpassa a falta de leitura e sua implicação no desenvolvimento do leitor, dos novos instrumentos que cativam mais que os livros tradicionais, e na posição que a escola assume em repassar conteúdos.
O primeiro problema é que os alunos não estão lendo livros bons e isso implica no precário desenvolvimento de leitores capacitados. Cada vez menos os alunos estão lendo menos livros e mais textos medíocres. As sagas produzidas para vendagem têm mais lugar no cotidiano dos estudantes que outras obras relevantes da literatura. Outro exemplo são os milhares de páginas do professor J.R.R. Tolkien que fascinam leitores infanto-juvenis.
Outro problema da leitura entre os adolescentes é que os novos instrumentos e aparatos tecnológicos estão tomando lugar dos livros. Eles preferem ficar horas e horas navegando num site qualquer, jogando ou mesmo conversando em chats do que parar para mergulhar no mundo das letras. Um agravante disso é que os livros tradicionais direcionados a esse público não se renovam, ficando desnivelado ao escorregadio leitor jovem.
Para agravar a situação, verificamos mais um obstáculo na formação de leitores jovens. A escola não está mais preocupada com a leitura e o desenvolvimento do leitor, mas nos conteúdos e com vestibulares, o que prejudica a própria busca autônoma pelo conhecimento. A escola é o único local onde muitos jovens tem acesso a leitura, já que em casa não se cultiva esse hábito. E o fato dela não estar atenta a esse contexto, deixa-os as margens de uma literatura de qualidade.
É preciso rever muitos conceitos e preconceitos sobre a formação de leitores, principalmente na escola pública brasileira. Não basta apenas repassar conteúdos e teorias como se fossem os alunos uma máquina repetidora. Demonstrar que existem obras muito valiosas que não estão na mídia ou no cânone mercadológico, que a leitura pode dar tanto prazer ao seu leitor quanto um site da moda, e que criar o hábito de ler com freqüência é um papel que a escola e a família deve desenvolver. A formação de sujeitos realmente críticos e autônomos passa por esses referenciais.